sábado, 14 de março de 2009

Eu nunca fui nada, não sou nada...

O teu olhar sobre mim, tantas vezes fotografado e que expões aqui... Sou uma imagem, de muitas imagens que tu crias-te... De diversas cores, sons, cheiros e paladares...

Em ti vi uma imagem de mim... Sou uma princesinha...

Em ti vi a imagem de ti... Alguém admirável...

Margarida Ucha


Nunca fiz nada…
Nunca fui o eu mesmo ou eu próprio, apenas um resquício de uma capa penetrável.
Um monstro de fachada com uma infância arrepiantemente revivida e iludida, despida de sonhos e brincadeiras de crianças, que se despedaçaram como um copo de cristal…

Não viste uma imagem, mas sim um reflexo do contorno de um monstro desenhado ao espelho…

Mas eu retratei um ser, projectei o meu olhar sobre um ser, que não precisa ser completamente puro, nem todo impuro, porque nenhum de nós o é completamente.
Assim termino mais um, mas não podia deixar de dizer que do meu absurdo infantil se pode fazer a perfeição…No fundo, eu também, aos trinta lá chegarei…


...nunca serei nada...
David Miguel

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